O achado

A escavação arqueológica no Largo do Arrabalde colocou a descoberto vestígios do Balneário Termal de Aquae Flaviae. As escavações realizadas revelaram uma das maiores e mais bem preservadas termas medicinais até agora conhecidas nas províncias da Hispânia Romana.

A monumentalidade deste conjunto e o espaço relativo que ocupava na cidade romana (cerca de um quinto da área total) refletem o importante papel que as termas tiveram na formação e desenvolvimento de Aquae Flaviae. Tal como noutras grandes estâncias termais do Império Romano, como Bath na Britânia (Aquae Sulis) ou Hamat Gader na Palestina (Aquae Gadaris), o Balneário Termal de Aquae Flaviae tornou-se uma referência ao nível dos cuidados de saúde.

Estamos perante um complexo termal de tipo terapêutico, que se distingue das termas higiénicas comuns a todas as cidades romanas, tanto ao nível da forma como da função.

Da parte do complexo balnear escavada, destacam-se duas grandes piscinas, alimentadas por nascentes termais, e outras de menor dimensão, em torno das quais se organizavam salas dedicadas a diversos tratamentos: banhos de imersão individuais, banhos por aspersão de água, tratamentos de vapor e massagens.

Ao contrário das termas higiénicas, as termas medicinais não apresentam um circuito rígido ou uma sequência padronizada de salas e ambientes. O seu programa arquitetónico era condicionado pela localização das nascentes, pela topografia, pelos tratamentos específicos ministrados, pela temperatura da água e pelo número de utilizadores esperados.

Estas termas tiveram diferentes fases de construção. Na primeira fase, datada do século I, existiram umas termas higiénicas, desta fase, restam alguns vestígios como, um hipocausto, pavimentos de opus signinum e alguns muros, que, entretanto, foram cortados na fase seguinte, bem como um Ninfeu.

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